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Saúde

A importância de nos protegermos contra a Febre Amarela 💛

A febre amarela está assustando a população de São Paulo que formou longas filas para tomar a vacina. Em muitas outras cidades, de vários estados, a situação é semelhante. Quem não tomou a vacina ou não pode ser imunizado por estar nos grupos de risco, deve recorrer aos repelentes, que tem de ser passados em todas as áreas descobertas do corpo. Se a roupa for feita com tecido fino, como seda ou renda, ele também deve ser aplicado sobre a vestimenta.

A dermatologista Silvia Nahas e a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, dão dicas sobre os tipos de repelentes e como usar o produto da maneira correta:

  • Tipos de repelentes

O mercado tem vários tipos de repelente contra picadas de mosquitos. Os principais são:
DEET – Normalmente tem concentrações de DEET (dietiltoloamida) que variam de 10 a 35%. A diferença na concentração faz com que seja necessária a reaplicação com maior ou menor frequência para garantir a efetividade.

– 30% DEET = 6 horas de proteção.
– 15% DEET = 5 horas de proteção.
– 10% DEET = 3 horas de proteção.

Para crianças: Produtos com concentração de 10% podem ser usados em crianças maiores de 2 anos e devem ser reaplicados a cada 2-3 horas, chegando até 3 aplicações diárias. A Academia Americana de Pediatria, após alguns estudos sobre o produto, sugere que seja seguro (não causa intoxicação) para crianças acima de 2 meses de idade. Formulações com concentrações maiores (>25%) de DEET podem ser reaplicadas a cada 6 horas, mas devem ser evitadas em menores de 12 anos.

Para as gestantes: Existem estudos que liberam o uso do DEET (concentração de 20%) e afirmam ser seguros para uso a partir do segundo e terceiro trimestres de gestação e durante a amamentação. Estudos em ratos sugerem que talvez o DEET seja seguro no primeiro trimestre de gestação. Vale lembrar que o risco/benefício deverá sempre ser avaliado com seu médico.

🔴 Icaridina – Os repelentes têm concentrações de Icaridina (KBR 3023) que variam de 20% a 25%. Com o uso destes, é necessária a reaplicação a cada 5 a 10 horas, dependendo da temperatura e sudorese. Pode ser usado em crianças maiores de 2 anos. Não existem estudos sobre os níveis de segurança para o uso deste produto durante a gestação.

🔴 IR3535 – é o princípio ativo de uma loção presente no mercado e liberada para crianças acima de 6 meses. A concentração presente em rótulo é de 12,5% e a solução deve ser reaplicada a cada 4 horas. Não existem estudos de segurança para o uso durante a gestação.

🔴 Óleo de citronela – Existem poucos estudos comparando a sua eficácia. Deve ser reaplicado a cada 1-2 horas. Recentemente, foram aprovadas pela Anvisa pulseiras de citronela que devem ser utilizadas no tornozelo e no punho e tem duração de 5 dias. Pode ser uma opção interessante para crianças menores de 2 anos.

🔴 Vitamina B, alho: estudos não conseguiram comprovar a eficácia desses produtos como repelentes.

O aparecimento de alergia causada pelo uso de repelente é raro, mas pode acontecer. Se surgirem sintomas como prurido (coceira) e urticária (placas vermelhas pelo corpo), suspenda o uso e fale com seu médico. Uma dica para evitar alergia é reaplicar o produto de acordo com a orientação do fabricante, além de evitar passar o produto em mucosas e regiões da pele com feridas. As reaplicações são fundamentais para manter o efeito repelente.

Olhos e lábios não devem receber o produto para evitar intoxicação. Áreas de mucosa absorvem maior quantidade de produtos tópicos e, assim, podem causar intoxicação.

Recomendações para o uso seguro dos repelentes:

🔵 Use apenas o suficiente para cobrir levemente a pele;

🔵 Repelentes devem ser aplicados sobre a pele exposta e podem ser borrifados sobre as roupas, mas não é necessário passar o produto nas áreas cobertas pela roupas. Para gestantes e crianças, uma boa dica é usar roupas que cubram boa parte do corpo para que a quantidade total do repelente a ser aplicado seja reduzida;

🔵 Para os bebês que não podem receber o repelente, uma opção é borrifar o produto sobre o mosquiteiro;

🔵 Pode-se aplicar uma fina camada na face, colocando o repelente nas mãos, esfregando uma palma contra a outra e, em seguida, aplicando-o à face. Deve-se evitar o contato com os olhos e boca;

🔵 Após aplicação do repelente, sempre higienizar as mãos para evitar contato inadvertido com os olhos, mãos e genitais;

🔵 Não use repelentes sobre cortes, feridas, pele irritada;

🔵 Quando for utilizar os repelentes em forma de aerossóis ou spray, evitar inalá-los, evitar pulverizá-los em ambientes fechados ou próximo a alimentos, proteger os olhos;

🔵 Não aplicar repelentes nas mãos de crianças pequenas pelo risco de que elas levem as mãos à boca ou esfreguem os olhos;

🔵 Obedecer à frequência máxima de reaplicação do repelente indicada pelo fabricante;

🔵 O repelente deve ser removido da pele com água e sabão tão logo não seja mais necessário.

Cuidados com o rosto:
O repelente pode ser aplicado no rosto, mas exige alguns cuidados:

⚪ O melhor é espirrar o produto nas mãos e em seguida espalhar no rosto, tomando cuidado para não passar nos olhos e lábios.

Como usar repelente e maquiagem?:
É possível para usar repelente com maquiagem, veja as dicas da Dra. Silvia Nahas:

🔶 Dê preferência ao spray, pois ele não interfere na maquiagem;

🔶 O repelente deve ser sempre o último produto a ser aplicado no rosto. Faça a sua maquiagem normalmente e, depois, passe o repelente. O correto é borrifar o produto nas mãos e em seguida espalhá-lo no rosto;

🔶 Ao ser aplicado depois da maquiagem, a ação do protetor solar, do hidratante e da maquiagem será preservada. Além disso, o tempo de duração do efeito do repelente não sofre alteração;

🔶 A dermatologista Silva Nahas reforça que não se deve usar repelente oleoso no rosto, pois eles podem propiciar a formação de lesões acneicas. Ela também não recomenda produtos que contenham Deet no rosto, pois, se ingerido acidentalmente, pode provocar efeitos colaterais.

Cuidados com bebês e crianças:
Muita atenção com os pequenos:

🔷 Evite aplicar repelente nas mãos de crianças, pois eles podem levá-las à boca;

🔷 Para os bebês que não podem receber o repelente, uma opção é borrifar o produto sobre o mosquiteiro.

A importância de nos protegermos contra a Febre Amarela 💛

A vacina contra a febre amarela dura apenas dez anos ou a vida toda?
O infectologista da Maternidade da Pro Matre Paulista, Lívio Dias, esclarece a questão, afirmando que a antiga orientação das autoridades de saúde era de que a vacina tinha validade de dez anos. Porém, após uma série de estudos e pesquisas na área, a Organização Mundial da Saúde reconheceu que uma dose da vacina garante imunidade pela vida toda.

A recomendação de dose única de dose única por enquanto se aplica apenas à dose padrão. Para a dose fracionada, que equivale a um quinto de uma dose padrão, a validade é de pelo menos oito anos e é possível que a pessoa tenha que se vacinar novamente no futuro, estudos nesse sentido estão em andamento.

Quais as dicas para as pessoas que não podem tomar a vacina?

Usar roupas claras e compridas, evitar usar perfumes, pois podem atrair o mosquito, usar repelentes, evitar visitar as áreas de risco e sempre fechar janelas e portas, principalmente se a pessoa morar em uma área com ocorrência de casos de febre amarela. No caso de bebês com menos de dois meses, quando o uso de repelente não é indicado, a recomendação é usar um mosquiteiro em volta do berço e manter o ambiente fechado e fresco.

As gestantes não devem se vacinar em nenhuma situação?

Usualmente as gestantes não devem ser vacinadas para a febre amarela. Em situações especiais de risco, que deverão ser avaliadas individualmente, a vacina pode ser indicada para gestantes. Vale reforçar que as medidas protetoras contra a picada do mosquito transmissor deverão ser utilizadas, particularmente, por aqueles com impossibilidade de receber a vacina.

Se a mulher se vacinou e não sabia que estava grávida, quais os riscos que ela corre e o que deve fazer?

Ainda que não recomendada na rotina para mulheres grávidas, quando utilizada na gestação, a vacina não demonstrou correlação com malformações do bebê e nem maior risco de abortamento. Caso tenha recebido a vacina inadvertidamente durante a gestação, o ideal é informar ao médico para que ele faça um acompanhamento adequado.

Na amamentação, qual a recomendação em relação à vacina para febre amarela?

Mães amamentando bebês com menos de seis meses de vida, como regra geral, não devem ser vacinadas. Porém, aquelas que vivem ou necessitam circular em áreas de risco, poderão ter que se vacinar. Nessa situação, a amamentação deverá ser interrompida por dez dias após a aplicação da vacina. Mães que amamentam bebês maiores de seis meses não necessitam interromper o aleitamento, caso recebam a vacina.

Qual a diferença entre a febre amarela urbana e a silvestre?

Do ponto de vista dos sinais, sintomas e do vírus causador, trata-se da mesma doença. O que as diferenciam é a forma de circulação e o mosquito transmissor. No ciclo urbano o Aedes aegypti é o principal mosquito vetor. No ciclo silvestre, a febre amarela é transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Com a introdução da vacina em 1937 e com grandes campanhas de erradicação do vetor, conseguiu-se o controle e a eliminação da doença de ciclo urbano, sendo os últimos casos registrados no Acre em 1942.

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About Author

Ana Araujo e Isa Araujo são irmãs e moram em São Paulo, criaram em 2010 o Testei, e você? que durou 5 anos de muita dedicação. 2016 resolveram criar um novo blog, o Ei, é Útil! com mais informações e com tudo que é útil para os leitores 😉!

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